USUÁRIOS HIPERUTILIZADORES: IMPLICAÇÕES PARA A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
DOI:
https://doi.org/10.64671/ts.v22i3.106Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde, Relato, Médico Residente, Hiperutilizadores.Resumo
Na Atenção Primária à Saúde, a presença de usuários hiperutilizadores, aqueles que utilizam a rede de saúde em excesso, é frequente. Figura-se como um tema relevante, na medida em que, para além de suas queixas, a dimensão do paciente pode revelar problemas maiores. Assim, este estudo visa compreender o relato de um médico residente em saúde sobre sua vivência com essa temática, em uma Unidade Básica de Saúde, através do uso da ferramenta “Arco de Maguerez”. Observou-se que parte considerável dos atendimentos no Sistema Único de Saúde perpassa por atendimento a pessoas que consultam frequentemente. Revelam-se problemas relacionados à saúde mental, o baixo nível socioeconômico e o fácil acesso ao sistema de saúde na atualidade, com oneração dos gastos em saúde. Frente a isso, grande parte das vezes é necessário acolhimento, pois nuances mais profundas, como problemas mentais, podem ser o fator-chave da recorrência do paciente. É necessário, ainda, entender que existe estafa dos profissionais e que são necessárias abordagens mais específicas. Intervenção com abordagem familiar, presença dos agentes de saúde, multiprossionalidade, uso do Método Clínico Centrado na Pessoa e participação da gestão, tudo isso pode redirecionar o enfrentamento ao hiperutilizadore. Conclui-se que o hiperfrequentador possui demandas e é necessário acolhê-las, a fim de detectar problemas mais profundos. Pode ser essencial um rodízio de profissionais, com abordagem mais específica, ampliando a resiliência dos profissionais envolvidos.
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