USUÁRIOS HIPERUTILIZADORES: IMPLICAÇÕES PARA A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Autores/as

  • Thiago Dantas Martins Médico Residente em Medicina de Família e Comunidade – Município de Patos/Centro Universitário de Patos (UNIFIP) Autor/a
  • Milena Nunes Alves de Sousa Doutora em Promoção de Saúde. Orientadora e Docente da Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade (Município de Patos/UNIFIP) Autor/a

DOI:

https://doi.org/10.64671/ts.v22i3.106

Palabras clave:

Atenção Primária à Saúde, Relato, Médico Residente, Hiperutilizadores.

Resumen

Na Atenção Primária à Saúde, a presença de usuários hiperutilizadores, aqueles que utilizam a rede de saúde em excesso, é frequente. Figura-se como um tema relevante, na medida em que, para além de suas queixas, a dimensão do paciente pode revelar problemas maiores. Assim, este estudo visa compreender o relato de um médico residente em saúde sobre sua vivência com essa temática, em uma Unidade Básica de Saúde, através do uso da ferramenta “Arco de Maguerez”. Observou-se que parte considerável dos atendimentos no Sistema Único de Saúde perpassa por atendimento a pessoas que consultam frequentemente. Revelam-se problemas relacionados à saúde mental, o baixo nível socioeconômico e o fácil acesso ao sistema de saúde na atualidade, com oneração dos gastos em saúde. Frente a isso, grande parte das vezes é necessário acolhimento, pois nuances mais profundas, como problemas mentais, podem ser o fator-chave da recorrência do paciente. É necessário, ainda, entender que existe estafa dos profissionais e que são necessárias abordagens mais específicas. Intervenção com abordagem familiar, presença dos agentes de saúde, multiprossionalidade, uso do Método Clínico Centrado na Pessoa e participação da gestão, tudo isso pode redirecionar o enfrentamento ao hiperutilizadore. Conclui-se que o hiperfrequentador possui demandas e é necessário acolhê-las, a fim de detectar problemas mais profundos. Pode ser essencial um rodízio de profissionais, com abordagem mais específica, ampliando a resiliência dos profissionais envolvidos.

Referencias

ARANTES, L. J., SHIMIZU, H. E.; MERCHÁN-HAMANN, E. Contribuições e desafios da Estratégia Saúde da Família na Atenção Primária à Saúde no Brasil: revisão da literatura. Ciência & Saúde Coletiva [online]. v. 21, n. 5, p. 1499-510, 2016. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232015215.19602015. Acesso em: 21 ago. 2021.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Ações Programáticas Estratégicas. Acolhimento à demanda espontânea: queixas mais comuns na Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2013:290p. (Cadernos de Atenção Básica, n. 28, vol II). Acesso em: 21 ago. 2021.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Saúde mental. Brasília: Ministério da Saúde, 2013:176p. (Cadernos de Atenção Básica, n. 34). Acesso em: 19 ago. 2021.

CARVALHO, I. P. do A.; CARVALHO, C. G. X.; LOPES, J. M. C. Prevalência de hiperutilizadores de serviços de saúde com histórico positivo para depressão em Atenção Primária à Saúde. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Rio de Janeiro, v. 10, n. 34, p. 1–7, 2015. DOI: 10.5712/rbmfc10(34)957. Disponível em: https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/957. Acesso em: 19 ago. 2021.

CATANDUVA. Secretaria Municipal de Saúde de Catanduva. Protocolo de enfermagem – atenção à demanda espontânea. Catanduva-SP, 2019:92p. Acesso em: 18 dez. 2021.

GUSSO, Gustavo.; LOPES, José Mauro. C.; DIAS, Lêda. C. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: Princípios, Formação e Prática. Porto alegre: Grupo A, 2018. p. 183-90.

HOWE A. et al. Defining frequent attendance: evidence for routine age and sex correction in studies from primary care settings. British Journal of General Practice. v. 52, n. 480; p. 561-62, 2002. Acesso em: 18 dez. 2021.

KIST, Carolina; TREVISAN, Altamir D. Quais suas queixas? Pacientes hiperutilizadores na atenção básica. Trabalho de Conclusão (Especialização em Saúde Pública – Atenção Básica) – Universidade Comunitária da Região de Chapecó. Chapecó, 2018.

PRADO, M. L. et al. Arco de Charles Maguerez: refletindo estratégias de metodologia ativa na formação de profissionais de saúde. Escola Anna Nery [online]. v. 16, n. 1, p. 172-77, 2012. DOI: https://doi.org/10.1590/S1414-81452012000100023. Acesso em: 21 ago. 2021.

SACOMAN, Thiago M. Hiperutilizadores de baixo risco clínico em Pronto Socorro de um Hospital Universitário: usuários produzidos ou produtores de cuidado? Dissertação (Mestrado em Ciências) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, 2019.

Publicado

2025-11-20

Cómo citar

USUÁRIOS HIPERUTILIZADORES: IMPLICAÇÕES PARA A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE. (2025). Temas Em Saúde , 22(3), 201-210. https://doi.org/10.64671/ts.v22i3.106