IMPACTOS DAS LIMITAÇÕES TERAPÊUTICAS NO ATENDIMENTO DE URGÊNCIA EM UM MUNICÍPIO BAIANO EM CASOS DE ACIDENTES VASCULARES E ISQUEMIAS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29327/213319.23.6-8

Palavras-chave:

acidente vascular cerebral, atendimento de urgência, infarto agudo do miocárdio, terapia trombolítica, acesso à terapia

Resumo

O tratamento de emergência para infarto agudo do miocárdio (IAM) e acidente vascular cerebral (AVC) baseia-se na terapia de reperfusão com fibrinolíticos caso o paciente seja eleito, entre outros procedimentos. Intentou-se avaliar a prevalência e a letalidade, associadas à comorbidades, em consequência das limitações no atendimento de urgência de pacientes acometidos por acidentes em nível vascular. Tratou-se de um estudo por corte transversal que analisou 177 prontuários de pacientes acima de 18 anos. Observou-se a predominância de diagnósticos de IAM e AVC (99 e 78) e, entre as comorbidades, 99 casos de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e 57 de diabetes mellitus (DM). Houve a incidência de 0,52 IAM em indivíduos expostos ao DM e de 0,57 aos não expostos (RA em expostos 52,63%; RA em não expostos 57,50%; RR 0,91; OR 0,83; IC 95% 0,39-1,46), por exemplo. A taxa de letalidade foi 6,21 a cada 100 atendidos e os resultados do teste de qui-quadrado foram p=0,209 entre DM e óbitos, e p=0,024 entre HAS e óbitos. O não uso de medicamentos pré-trombólise e de trombolíticos, ambos preconizados pelas diretrizes de cardiologia, resultaram no encaminhamento para atendimento em cidades mais distantes. Alterações fisiológicas que agravam o quadro do paciente estão entre as consequências dessas limitações. Assim, constatou-se maior número de casos de IAM do que AVC; maior incidência e probabilidade de ocorrer IAM nos indivíduos não expostos ao DM e expostos à HAS, e maior incidência e probabilidade de ocorrência de AVC nos indivíduos expostos ao DM e não expostos à HAS. Infere-se a associação entre a comorbidade HAS e a ocorrência de óbitos, que a taxa de letalidade é quase o dobro se comparada à de uso do trombolítico e que os maiores impactos observados decorrem de limitações quanto às intervenções indicadas pelos protocolos do Sistema Único de Saúde (SUS).

Referências

AB NEURO. AVC ou Derrame Cerebral. 2019. Disponível em: http://www.cadastro.abneuro.org/site/publico_avc.asp. Acesso em: 13 abr. 2022.

AGUSTÍ, A.; JOSEP, M.; ARNAU J. M. Fundación Institut Català de Farmacologia. Servicio de Farmacología Clínica. Hospital Vall d’Hebron. Barcelona. Medicina Clínica, v. 119, n. 7, p. 273-275, 2002.

AMORIM, A.L.M.; REIS, B.P.A.; PEREIRA, A.T.; DOMINGUES, F.D.R.; VILAS BOAS, J.M.; LETTI, A.G.; FONSECA, A.L.M. Terapias Trombolíticas Preconizadas no Atendimento de Emergência em Casos de Infarto Agudo do Miocárdio. Temas em Saúde. v. 23, n.3, p. 165-185, 2023

BEARD, L.; LAX P.; TINDALL, M. Efeitos fisiológicos na transferência de pacientes críticos. 2016. Disponível em: https://tutoriaisdeanestesia.paginas.ufsc.br/files/2016/06/330-Efeitos-fisiol%C3%B3gicos-na-transferencia-de-pacientes-criticos.pdf. Acesso em: 21 ago. 2022.

BIANCO, H. L.; SANTOS, E. B. Atualizações em doença cardíaca isquêmica aguda e crônica. Rev Soc Bras Clin Med. 2018; 6(1): 52-8.

BOERSMA. E. Acute myocardial infarction: bring the treatment to the patient. Heart. v. 82, n. 4, p. 404, 1999. Disponível em: DOI: 10.1136/hrt.82.4.404. Acesso em 07 abr. 2022.

BRASIL. Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. Protocolo Clínico sobre Síndrome Coronariana Aguda. 2011b. Disponível em: https://www.saude.mg.gov.br/images/documentos/Dor%20Toracica.pdf. Acesso em: 30 abr. 2019.

BRASIL. IV Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio com Supradesnível do Segmento ST, Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 93, n. 6, p. e179-e264, 2009. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0066-782X2009001400001. Acesso em 07 abr. 2022.

BRASIL. Linha de Cuidado do Acidente Vascular Cerebral (AVC) no Adulto. Brasília: Ministério da Saúde, 2020.

BRASIL. PORTARIA N° 2777 DE 4 DE SETEMBRO DE 2014. Regulamenta o financiamento e uso do medicamento trombolítico Tenecteplase no âmbito do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) e inclui procedimentos na Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais do Sistema Único de Saúde (SUS). Disponível em: www.brasilsus.com.br/images/portarias/dezembro2014/dia19/portaria2777.pdf. Acesso em: 06 abr. 2022

BRASIL. PORTARIA Nº 2.994, DE 13 DE DEZEMBRO DE 2011. Aprova a Linha de Cuidado do Infarto Agudo do Miocárdio e o Protocolo de Síndromes Coronarianas Agudas, cria e altera procedimentos na Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais do SUS. 2011a. Disponível em: www.bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2994_15_12_2011.html. Acesso em: 06 abr. 2022.

CAYÓN, R.; et al. Variables cardiovasculares en la estadía por infarto agudo del miocardio. Revista información científica, v. 93, n. 5, p.: 1163-1171, 2015. Disponível em: http://www.revinfcientifica.sld.cu/index.php/ric/article/view/186/1190. Acesso em: 29 ago. 2022.

COUTINHO, B. L. S. et al. Hypertension Associated with Atherosclerosis Risk Factors in Patients of Family Health Strategy Highlighting the Framingham Risk Score. Open Journal of Preventive Medicine, v. 8, n. 1, p. 229-247, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.4236/ojpm.2018.88020. Acesso em: 26 set. 2022.

CREAGH-CAZULL, A. et al. Factores predictores de mortalidad hospitalaria en pacientes con infarto agudo del miocardio. Revista información científica, v. 100, n. 2, p. 1-9, 2021. Disponível em: http://www.revinfcientifica.sld.cu/index.php/ric/article/view/3339. Acesso em: 21 Ago. 2022

DAMASCENO, C. A. et al. Fatores associados à decisão para procura de serviço de saúde no infarto do miocárdio: diferenças entre gêneros. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 46, n. 6n p. 1362-1370, 2012.

FONSECA, A. L. M. et al. Escore de risco de Framingham em pacientes diabéticos da Estratégia de Saúde da Família. Revista Baiana de Saúde Pública 129 v. 45, n. 3, p. 129-144 jul./set., 2021. DOI: 10.22278/2318-2660.2021.v45.n3.a3455. Acesso em 26 set. 2022.

GIRALDEZ, R. R. et al. Enoxaparin is superior to unfractionated heparin in patients with ST elevation myocardial infarction undergoing fibrinolysis regardless of the choice of lytic: an ExTRACT-TIMI 25 analysis. European Heart Journal, v. 28, n. 13, p. 1566-1573, 2007.

IBGE. Piemonte Norte do Itapicuru. 2012. Disponível em: http://patrimonio.ipac.ba.gov.br/territorio/piemonte-norte-do-itapicuru-2/. Acesso em: 21 ago. 2022.

IBGE. Senhor do Bonfim. 2021. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/ba/senhor-do-bonfim.html. Acesso em: 21 ago. 2022.

MURPHY, S. A. et al. Efficacy and safety of the low-molecular weight heparin enoxaparin compared with unfractionated heparin across the acute coronary syndrome spectrum: a meta-analysis. European Heart Journal, v. 28, n. 17, p. 2077-2086, 2007.

OLIVEIRA, C. C. Trombolíticos. Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro, v. 14, n. 1, p. 47-52, 2001.

PAHO/OMS. Doenças Cardiovasculares. 2017. Disponível em: ww.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5253:doencas-cardiovascular&Itemid=1096. Acesso em: 26 mar. 2022.

PAHO/OMS. Regional consultation: Priorities for cardiovascular health in the Americas. 2010. Disponível em: www1.paho.org/priorities/pdf-en/book.pdf. Acesso em: em 24 mar. 2022.

PIEGAS, L. S. et al. V Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio com Supradesnível do Segmento ST. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 105, n. 2, p. 1-105, 2015. Disponível em: https://doi.org/10.5935/abc.20150107. Acesso em 08 abr. 2022.

REYES, S. F. R. et al. Terapia trombolítica e infarto agudo de miocardio en el Hospital Militar de Matanzas. Revista CorSalud, v. 7, n. 3, p. 187-194, 2015. Disponível em: http://www.revcorsalud.sld.cu/index.php/cors/article/view/57/94. Acesso em: 22 jun. 2022.

RIBEIRO, B. et al. Infarto Agudo do Miocárdio com Supradesnível do Segmento ST: Há espaço para o uso de fibrinolítico?. Publicatio UEPG: Ciências Biológicas e da Saúde, v. 20, n. 1, p. 73-80, 2014. Disponível em: http://www.revistas2.uepg.br/index.php/biologica. Acesso em: 06 abr. 2022.

ROMERO, J. R.; MORRIS, J.; PIKULA, A. Stroke prevention: modifying risk factors. Therapeutic Advances in Cardiovascular Disease, v. 2, n. 4, p. 287-303, 2008. DOI: 10.1177/1753944708093847. Acesso em: 27 set. 2022.

ROSAMOND, W. et al. heart disease and stroke statistics–2008 update: a report of the American Heart Association Statistics Committee and Subcomitê de Estatísticas de AVC. Circulation, v. 117, n. 4, p. e25– e146, 2008.

ROTAMAPAS. Distância entre cidades do Brasil. 2022. Disponível em: https://www.rotamapas.com.br/. Acesso em: 21 ago. 2022.

SANTOS, C. A. Terapia trombolítica no IAM: Uma revisão da literatura. Revista Científica de Enfermagem, v. 7, n. 20, p. 22-30, 2017. DOI: 10.24276/rrecien2358-3088.2017.7.20.22-30. Acesso em: 27 ago. 2022.

SBC. Doenças Isquêmicas. 2019. Disponível em: http://prevencao.cardiol.br/doencas/doencas-isquemicas.asp. Acesso em: 24 mar. 2022

Downloads

Publicado

2025-09-25

Como Citar

IMPACTOS DAS LIMITAÇÕES TERAPÊUTICAS NO ATENDIMENTO DE URGÊNCIA EM UM MUNICÍPIO BAIANO EM CASOS DE ACIDENTES VASCULARES E ISQUEMIAS. (2025). Temas Em Saúde , 23(6), 85-102. https://doi.org/10.29327/213319.23.6-8